segunda-feira, 1 de outubro de 2007

"pessoas e sítios"

Foto: blog "das duas, uma"

"Uma das grandes vantagens do cinema é que nos permite conhecer realidades, pessoas e sítios que, de outro modo, ficaríamos sempre a ignorar. Quando fiz o Jaime, por exemplo, passei meses na zona de Vale do Ave e tive ocasião de conhecer as famosas ‘ilhas’ do Porto, que nos dão a dimensão popular da cidade, cheia de vitalidade, que lembra as cidades do Mediterrâneo. Mas é sobretudo na fase de répérage (procura dos locais para filmar) que descobrimos décors inesperados e pessoas curiosas.Filmamos no Alentejo. O assistente fizera-me uma proposta que podia servir para casa da viúva de um vereador desaparecido em circunstâncias misteriosas. Descubro que se trata da casa de um escritor, António Manuel Revez, que, no primeiro dia, me oferece o último dos seus livros. São pequenas histórias, com uma capa sugestiva, que levam o título de uma delas: Se Não Comprarem, Mato-me! Aproveito para o folhear nessa noite. Descubro um escritor a sério, mas que não se leva a sério, como convém a quem usa o humor para esconder os sentimentos.


(...)

António Pedro Vasconcelos, realizador, acerca das filmagens do seu filme "Call Girl", da minha casa e do meu livrinho, no seu blog "das duas, uma" (http://sol.sapo.pt/Blogs/apedrovasconcelos/default.aspx)

7 comentários:

H disse...

Cito uma parte do texto: "Aproveito para o folhear nessa noite. Descubro um escritor a sério, mas que não se leva a sério, como convém a quem usa o humor para esconder os sentimentos."

Afinal... há mais pessoas a fazer a mesma leitura que eu fiz do livro!

sir4you disse...

...eu é que já me estou a passar por ainda não estar a ler o book!

loira suicida disse...

h, do livro ou do que queres ver na minha torturada e tortuosa pessoa?

loira suicida disse...

meu caro Paulo,
A um artista (quase) nada se nega! Envia-me a tua morada e eu envio exemplar com 20% de desconto, num ápice! Não quero que te passes (ainda mais...) eheheheh

H disse...

Lora Suicida (sem o "i" que foi para Beija) - vou tentar explicar, mas admito que não é fácil!
Acho as pessoas dos autores, profundamente desinteressantes! Quero lá saber das idiossincrasias íntimas dos meus autores de eleição, se tomam banho, se depois de mictar lavam as mãos, se escrevem com roupa própria ou pedem emprestada!!!
Interessam-me as vivências do criador, quer sejam reais, mas preferencialmente as viagens mentais que fazemos, o que procuramos encontrar neles! Obviamente que este raciocínio complica quando conhecemos pessoalmente o autor!
Concluindo, este raciocínio que ninguem entende, não procuro encontrar nada na pessoa, mas não consigo ler um livro sem procurar fantasiar o criador!

loira suicida disse...

h,
Tu és bué da esquisito!...

H disse...

ehehehehehe